Rafael Picciani

“Esporte é um instrumento fantástico de educação, disciplina, transferência de valores e referências”, diz Rafael Picciani no balanço de um mês de gestão à frente da secretaria de Esporte e Lazer

Com a retomada dos núcleos esportivos no estado e a gestão focada na inclusão de pessoas com deficiência, secretário destaca vocação do Rio em se consolidar como sede de grandes eventos

Há pouco mais de um mês à frente da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer, o secretário Rafael Picciani anuncia as próximas novidades na pasta: em breve será criada a Coordenadoria de Combate Permanente ao Racismo e Defesa da Diversidade no Esporte, e a Coordenadoria de Combate à Manipulação de Resultados, “que tem sido algo que tem demonstrado um crescimento muito grande e negativo nos tribunais de justiça desportiva”, ele diz. Essas não são as únicas novidades. Logo nas primeiras semanas de trabalho, o secretário já havia anunciado o retorno da Superintendência de Desportos do Estado do Rio (Suderj) para a gestão da secretaria, e a criação – pela primeira vez na história da Suderj – da vice-presidência para a Saúde e Pessoas com Deficiência.

Ainda antes de completar os primeiros 30 dias de gestão, Rafael também anunciou a criação de um grupo de trabalho para fomentar os esportes eletrônicos nos 92 municípios do estado do Rio de Janeiro. A medida resultou de um grande encontro com mais de 12 atletas e outros profissionais ligados ao eSports, como a modalidade é mais conhecida, que o procuraram para falar dos desafios ainda enfrentados e as formas como o poder público pode ajudar a impulsionar a modalidade no estado.

A produção e a preservação da memória esportiva também recebeu a atenção do novo secretário. Em reunião com a equipe de gestão do eMuseu do Esporte, criado por meio da Lei de Incentivo estadual, Rafael manifestou interesse em dar continuidade à inovadora parceria e falou sobre o interesse de ver o eMuseu circulando e levando a memória do esporte brasileiro para o maior número de cidades, como forma de democratizar o acesso aos acervos e histórias das mais diferentes modalidades esportivas.

O apoio a atletas e paratletas do estado do Rio foi incluído na pauta de prioridades: ampliar e desburocratizar o Bolsa Atleta RJ é uma das metas que o novo secretário pretende implementar ainda em 2023. Atualmente, há 337 atletas e paratletas contemplados pelo benefício estadual. O encontro com atletas e instrutores da Geração UPP, projeto esportivo que atende 26 comunidades na capital, esteve presente na agenda. “É muito importante que o estado seja um incentivador de ações que tragam esse resultado”, avaliou o secretário.

Consolidar a vocação do Rio de Janeiro para sediar grandes eventos também esteve na mesa de trabalho de Rafael e sua equipe. Ainda em janeiro, ele recebeu representantes da Confederação Brasileira do Desporto Escolar para falar sobre a Gymnasiade, a maior competição escolar do mundo que em 2023 será realizada no Rio de Janeiro.

A seguir você acompanha uma breve entrevista com o secretário e conhece um pouco melhor os projetos do Governo do Estado do Rio de Janeiro para a área de esporte e lazer.

Rafael, como avalia o primeiro mês do seu mandato como secretário de esportes?

Rafael Picciani: Avalio o primeiro mês à frente da pasta do Esporte como positiva, porque é uma pauta que tem um apelo social muito grande. O esporte é um instrumento fantástico de educação, de disciplina, de transferência de valores, de referências. E esse tem sido o nosso norte na gestão até aqui, na montagem da equipe e na definição dos projetos.

Quais são os planos do envolvimento da parte esportiva no estado? O que pode nos adiantar?

RP: A missão primordial é retomar os núcleos esportivos, que é a política que chega na ponta, que atende ao cidadão, a cidadã, com a inovação. E dessa vez nós teremos uma gestão focada na inclusão de pessoas com deficiência e idosos. Então a gente realmente quer fazer com que os projetos sejam para todos.

Sabemos da importância da inclusão social por meio do esporte. Com a perspectiva de entrar nessa frente, como a secretaria pretende trabalhar?

RP: É uma pasta que tem muita transversalidade. A gente pretende utilizar o esporte com todas as variáveis que ele pode trazer de benefícios para a sociedade, começando pela saúde, mas chegando nessa parte da disciplina, da ocupação produtiva, do tempo das nossas crianças. E a gente pretende trabalhar com esse olhar de compreensão da relevância do tema, e fazer com que o esporte chegue ao máximo de pessoas possíveis do nosso estado.

O senhor já destacou a importância do eSporte para nós, como pode auxiliar e quais são os principais benefícios dessa prática para o estado?

RP: Nós formamos um grupo de trabalho voluntário com diversos segmentos de praticantes, profissionais da área, profissionais da psicologia, da pedagogia, para que esse grupo de trabalho apresente, até o final de fevereiro, uma proposta do que o poder público poderia fazer no fomento ao esporte eletrônico e na utilização do esporte eletrônico como um mecanismo também de capacitação. Eu identifico que o esporte eletrônico traz como diferencial o contato com a informática, que hoje é uma demanda para qualquer área profissional, e nós vislumbramos a oportunidade de acrescentar e agregar o ensino de línguas estrangeiras com foco no inglês, já que muitas das modalidades são jogadas online e com praticantes do mundo todo. Então faríamos dessa modalidade esportiva não só um ambiente competitivo, onde o Brasil tem grande potencial, mas também uma modalidade qualificante para o futuro dessas pessoas, inclusive para aqueles que não seguirem a carreira esportiva nos esportes eletrônicos.

Há mais alguma pauta importante que o senhor queira destacar?

RP: Eu destacaria a criação de alguns mecanismos atendendo demandas atuais da sociedade. Nós vamos criar, junto à ouvidoria da Secretaria, duas coordenações: Uma de combate permanente ao racismo no esporte, e a outra de combate à manipulação de resultados, que tem sido algo que tem demonstrado um crescimento muito grande e negativo nos tribunais de justiça desportiva. Portanto, nós acendemos um alerta e queremos que o esporte mantenha o seu caráter nobre, de competição limpa, da importância de competir e não somente de ganhar. Portanto, eu destacaria essas inovações, assim como a criação da estrutura com foco na pessoa com deficiência e nos idosos.

Deixe uma mensagem final para a população fluminense.


RP: Bom, o meu recado é que o esporte é vida, é saúde, e que o nosso papel, de acordo com a determinação do governador Cláudio Castro, do vice-governador Thiago Pampolha, é retomar as melhores práticas para que o Rio de Janeiro seja um estado que proporciona essa opção de atividade para sua população, assim como consolidar o Rio de Janeiro como sede dos grandes eventos esportivos. O Rio de Janeiro, que já sediou a final da Copa do Mundo duas vezes, o Rio de Janeiro, que já sediou uma Olimpíada e tantos outros eventos de grande porte e tantas etapas, vai reforçar o seu calendário em várias modalidades para que o Rio de Janeiro consolide essa posição de sede e vitrine do nosso país para os eventos esportivos. Com isso, a gente pretende colaborar com a economia do Estado, porque os eventos também trazem geração de divisas, muitos postos de trabalho, e há o estímulo ainda maior para que jovens praticantes de qualquer modalidade possam se tornar grandes campeões.

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