Uma luta antiga que se transformou em legado No mesmo dia em que se comemoram os 14 anos de criação da Lei Maria da Penha (Lei Federal nº 11.340), não faltaram relatos emocionantes de vítimas que venceram as dores da violência sofrida dentro de seus lares e as transformaram em garra para ajudar outras mulheres na mesma situação. Foi o caso de Dalva Marcelina Ferreira Martins, fundadora do Movimento de Mulheres Cristãs de Queimados que teve sua memória eternizada ao ter o nome estampado no auditório do espaço. Sua filha, Kátia Martins (48), se emocionou ao lembrar do pioneirismo de famosa ‘Tia Dalva’ na luta pelo fim da violência contra as mulheres da região. “Não se pode falar de violência contra a mulher na Baixada Fluminense sem falar dela, que sempre foi referência nessa luta. Ela foi pioneira nesse movimento em Queimados e se reinventou a partir do sofrimento de ser negra, pobre e vítima de violência. Que este espaço seja de solidariedade, de ajuda àquelas que mais precisam de socorro. Mesmo sendo quase analfabeta, ela começou uma rede de acolhimento em nossa própria casa e carregava uma sabedoria ímpar. Lembro que ela sempre dizia ‘em briga de marido e mulher se mete a colher sim’”, se emocionou a cabeleireira. Após distribuir arranjos florais para as mulheres presentes, a Secretária Estadual Interina de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Cristiane Lamarão, afirmou que é dever do poder público combater esta realidade cruel, que faz do Brasil um dos países que mais mata mulheres no mundo. “É muito importante que essas vítimas recuperem a autoestima e a saúde mental e emocional. Trabalhamos para que elas possam idealizar um futuro ao lado de seus filhos, familiares e amigos e que, acima de tudo, possam resgatar o amor próprio”, ressaltou.]]>